sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Relatórios MALP - Grupo 7

Universidade Paulista Inst. C. S. e Comunicação
        Curso de Letras

Atividade Prática Supervisionada
Morfossintaxe Aplicada
De Língua Portuguesa


Ana Paula Lopes de Lima – R.A.: B9441D-4
Poliana Nunes Brandão - R.A.: B9485C-0
Roseli Mihara de Carvalho Rodrigues - R.A.: B93371-2


 Relatório das aulas de Malp - 2° semestre de 2014, sob orientação do Prof. Luiz Fernando Fonseca Silveira.

  
INTRODUÇÃO

Trabalho realizado para a matéria de Atividades Práticas Supervisionadas dos 3° e 4° semestres do curso de Letras, Campus Sorocaba. Os relatórios são referente às aulas de Morfossintaxe Aplicada de Língua Portuguesa ministrada pelo Prof. Luiz Fernando Fonseca Silveira.
Os temas abordados foram: Sujeito Oracional, Complementos Verbais e Predicação, Complementos Nominais e Termos Adjuntos do Nome e do Verbo e Frases Complexas em Português: Substantivas, Adverbiais e Adjetivas, a seguir então serão apresentadas os relatórios, bem como as propostas de ensino.

Sujeito Oracional

Introdução

O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou por uma palavra ou expressão substantivadas.
O núcleo do sujeito é, geralmente, um substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer palavras secundárias (artigos, adjetivos, numerais, etc.).

Fundamentação Teórica

A função sintática que denominamos sujeito, é um termo essencial da frase e pode se comportar de várias maneiras, dependendo da intenção da mesma: agente, experienciador, paciente, etc.
O sujeito tem a característica de concordar com o verbo, salvo raríssimas exceções.

Sujeito
É o termo da oração sobre o qual se diz alguma coisa.

Exemplo:
Maria fez faculdade de Letras.
Maria é o sujeito da oração, pois é a respeito dela que se diz algo.

Núcleo do Sujeito
É a palavra mais importante do sujeito. No exemplo citado acima, Maria é o sujeito e o núcleo do sujeito também. Porém, às vezes, o sujeito vem composto por várias palavras e conectivos. Então, é preciso identificar qual destas palavras é a mais importante.

Exemplo 1:
O carro do meu pai é azul.
O sujeito é: O carro do meu pai.
Temos cinco termos. Destes, o mais importante é carro. Logo, carro é o núcleo do sujeito.

Exemplo 2:
Esta casa é bonita.
Sujeito: esta casa
Núcleo: casa

Vejamos agora quais os tipos de sujeito existentes e como eles são caracterizados para que possamos identifica-los.

Sujeito Simples
Possui apenas um núcleo e este vem exposto.

Exemplo:
Deus é perfeito!
Pastavam vacas brancas e malhadas.

Sujeito Composto
Possui dois ou mais núcleos que também vêm expressos na oração.


Exemplo:
As vacas brancas e os touros pretos pastavam.
Fome e desidratação são agravantes das doenças daquele povo.

Sujeito Elíptico, Subentendido ou Desinencial
É determinado pela desinência verbal e não aparece explícito na oração. Dá-se por isso o nome de sujeito implícito. Antigamente era chamado de sujeito oculto.

Exemplos:
Estamos sempre alertas para com os aumentos abusivos de preços. (sujeito: nós)
Quero que meus pais cheguem de viagem o mais rápido possível. (sujeito: eu)

Sujeito Indeterminado
Este tipo de sujeito não aparece explícito na oração por ser impossível determina-lo, apesar disso, sabe-se que existe um agente ou experienciador da ação verbal.

Exemplo:
1-    Verbo na 3ª pessoa do plural.
Dizem que a família está falindo. (alguém diz, mas não se sabe quem).

2-    Verbo na 3ª pessoa do singular + se, índice de indeterminação do sujeito.
Precisa-se de mão de obra especializada. (não se pode determinar quem precisa).

Sujeito Inexistente
Também chamado de oração sem sujeito, é designado por verbos que não correspondem a uma ação, como fenômenos da natureza, entre outros.

Exemplos:
1-    Verbos indicando Fenômenos da Natureza.
Choveu na Argentina e fez sol no Brasil.
2-    Verbo haver no sentido de existir ou ocorrer.
Houve um grave acidente na avenida principal.
Há pessoas que não valorizam a vida.
3-    Verbo fazer indicando tempo ou clima.
Faz meses que não a vejo.
Faz sempre frio nessa região do estado.

Proposta de Ensino

Considere os seguintes trechos:

I – Vendem-se imóveis.
II – Eles haviam deixado a festa mais cedo.
III – Palavras horríveis choveram daquela boca pavorosa.

Assinale a(s) proposição(ões) correta(s):

1 – No trecho I, o sujeito é indeterminado, pois não podemos saber quem está vendendo as casas.
2 – Nos trechos I, II, III, o sujeito é simples.
3 – No trecho II e III, o sujeito é inexistente, já que os verbos são “haver” e “chover”, respectivamente.

Resolução:
A afirmativa correta é:
2 – Nos trechos I, II, III, o sujeito é simples.

A afirmativa 1 não está correta, pois afirma que no trecho I o sujeito é indeterminado, sendo que na verdade trata-se de um sujeito simples.
A afirmativa 3 também está incorreta, pois afirma que as frases II e III possuem sujeitos inexistentes, porém ambas possuem sujeitos simples.

Complementos Verbais e Predicação

Introdução

Os dois constituintes imediatos da oração são o sujeito e o predicado, entretanto falaremos agora sobre o predicado e complementos verbais, predicado é tudo o que se fala do sujeito.

Fundamentação Teórica

Predicado
Para estudar predicado é preciso conhecer algumas noções de predicação verbal.
Há verbos que expressam ação (chamados de significativos). São eles:

- Verbo transitivo direto
- Verbo transitivo indireto
- Verno transitivo direto e indireto
- Verbo intransitivo

Há verbos que expressam estado e que são chamados de verbos de ligação.

Verbos Transitivos
São aqueles que não trazem em si a ideia completa da ação, necessitam de um outro termo para completar o seu sentido. Esse outro termo é chamado de objeto.
Os verbos transitivos podem ser:
- Transitivos diretos
- Transitivos indiretos
- Transitivos diretos e indiretos

 Transitivos Diretos
Existe uma transição direta entre a ação e o complemento, não existe nenhuma “ponte” (preposição).

- Poucos viram o cometa Halley.
Viram: verbo transitivo direto
O cometa Halley: objeto direto

- Os feirantes tiveram lucro.
Tiveram: VTD
Lucro: OD

- Derrubaram a velha casa.
Derrubaram: VTD
A velha casa: OD

Transitivo Indireto
A ação transita indiretamente para o complemento, ou seja, ela precisa de uma “ponte”, uma ligação. Esta ligação é feita através da preposição.

- Todos nós precisamos de respeito.
Precisamos: VTI
De: preposição
De respeito: objeto indireto

Eu acredito em Deus.
Acredito: VTI
Em Deus: OI

Transitivo Direto e Indireto
A ação transita para o complemento direta e indiretamente. Ou seja, existem dois complementos, um sem “ponte” (preposição) e outro com “ponte” (preposição).

- As crianças receberam elogios de seus pais.
Receberam: VTDI
Elogios: OD
De seus pais: OI

Intransitivos
São verbos que não precisam de complementos.

- Ele morreu.
- A criança chora.
- As folhas caem.

O verbo intransitivo pode aparecer combinado com palavras ou expressões que indiquem tempo, lugar, modo, etc., são os chamados adjuntos adverbiais.

- Ele morreu hoje.
Hoje: adj. adv. de tempo.

Verbos de Ligação
São eles: ser, estar, parecer, permanecer, ficar, continuar.

- O garoto permaneceu calado.
Permaneceu: verbo de ligação
Calado: predicativo do sujeito

São verbos que não indicam ação e sim estado.
- Ela ficou bonita.
- Ele vive perfumado.
- Juli continua doente.

OBSERVAÇÕES
Um mesmo verbo pode aparecer como transitivo ou intransitivo.

- A criança dormiu. (verbo intransitivo)
- A criança dormiu um sono tranquilo. (aqui o verbo “dormir” é transitivo direto, e “um sono tranquilo” é objeto direto).

Um mesmo verbo pode aparecer como intransitivo ou de ligação.

- Ele anda todas as manhãs. (ação)
- Ele anda nervoso. (estado)

Tipos de Predicado
- Verbal
- Nominal
- Verbo-nominal

Predicado verbal
É aquele que indica ação. O núcleo (palavra mais importante) do predicado verbal é o verbo (transitivo ou intransitivo).

- Dois pescadores conversam. (predicado verbal)
- O trem chegou à estação. (predicado verbal)

Predicado Nominal
É aquele que informa um estado do sujeito. Nesse tipo de predicado aparece sempre o verbo de ligação e o predicativo do sujeito (tudo que se fala do sujeito).

- As crianças parecem tristes.
Parece: VL
Tristes: predicativo do sujeito.

O núcleo do predicado nominal é o predicativo do sujeito.

Predicado Verbo Nominal
Informa ação e estado.

- Os operários chegaram cansados.
Chegaram: ação
Cansados: estado
- O trem chegou atrasado à estação.
Chegou: ação
Atrasado: estado
- A criança brincava distraída.
Brincava: ação
Distraída: estado

Complementos

São termos integrantes da oração os que completam a significação transitiva dos verbos e nomes. Integram o sentido da oração, sendo por isso indispensável à compreensão do enunciado.

Objeto Direto
É o complemento dos verbos de predicação incompleta, não regido, normalmente, de preposição. Exemplos:

As fábricas poluem o ar.
Procurei o livro, mas não o encontrei.

O objeto direto tem as seguintes características:
ü  completa o sentido dos verbos transitivos diretos;
ü  normalmente, não vem regido de preposição;
ü  traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um verbo ativo;
ü  torna-se sujeito da oração na voz passiva;

 O objeto direto pode ser constituído:
ü  por um substantivo ou expressão substantivada;
ü  pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos;
ü  por qualquer pronome substantivo;

Objeto Direto Preposicionado
Há casos em que o objeto direto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem precedido de preposição, geralmente, a preposição a. Isto ocorre principalmente:
ü  quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico;
ü  quando o objeto é o pronome relativo quem;
ü  quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando que o objeto direto seja tomado como sujeito;
ü  com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas;
ü  em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto direto para dar-lhe realce;
ü  sendo o objeto direto o numeral ambos (as);
ü  com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes a pessoas;
ü  em certas construções enfáticas, como puxar da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar com os livros sobre a mesa, etc.

Objeto Indireto
Objeto indireto é o complemento verbal regido de preposição necessária e sem valor circunstancial. Representa, ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere à ação verbal.

O objeto indireto completa a significação dos verbos:

ü  transitivos indiretos
Assisti ao jogo.
Lembre-se de nós.
ü  Transitivos diretos e indiretos (na voz ativa ou passiva):
Dou graças a Deus.
Pedi desculpas ao professor.

O objeto indireto pode ainda acompanhar:
ü  verbos transitivos
ü  verbos de ligação
ü  o objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa ou implícita.

Agente da Passiva
Agente da passiva é o complemento de um verbo na voz passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo passivo. Vem regido comumente da preposição por, e menos frequentemente da preposição de.
O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou pronomes:

As flores são umedecidas pelo orvalho.
A carta foi cuidadosamente corrigida por mim.

O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz ativa:

A rainha era clamada pela multidão. – voz passiva
A multidão aclamava a rainha. – voz ativa

Proposta de Ensino

Identifique a alternativa em que a preposição a (que antecede o objeto preposicionado) pode ser suprimida sem prejuízo para o sentido ou para a estrutura da frase.
A)        Eles se estimam uns aos outros.
B)        A Abel matou Caim.
C)        Cuidava do amigo como a um filho.
D)        Os samaritanos amparam aos necessitados.
E)        Conheci a pessoa a quem admiras.

 Resolução:

Neste exercício, deve ser identificada a alternativa que traz a preposição “a” antecedente a um objeto preposicionado, com a possibilidade de ser suprimida sem prejuízo para a compreensão da frase.

A alternativa correta é a letra D - Os samaritanos amparam aos necessitados. A preposição aí pode ser retirada sem prejudicar a compreensão da frase, uma vez que se trata de um verbo transitivo direto, que não pede preposição, e de um objeto direto, que também não precisa ser acompanhado pela preposição.

Nas demais frases, não é possível retirar a preposição “a” sem prejudicar a compreensão das mesmas.

Complemento Nominal

Introdução

È o termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim pode se referir a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre por meio de preposição.

Fundamentação Teórica

O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome. È regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes (substantivos, adjetivos)e alguns advérbios terminados em mente.

Exemplo:
Cecília tem        orgulho                da filha.
                                 substantivo          complemento nominal
Ricardo estava   consciente        de tudo.
                                      adjetivo       complemento nominal
A professora agiu       favoravelmente      aos alunos.
                                               advérbio        complemento nominal

Exemplo:

- Tenho-lhe respeito.

O pronome lhe funciona como CN, pois Tenho respeito a alguém, sendo que a prep. a não provém do verbo ter, e sim do substantivo respeito.
 Quando o complemento nominal for representado por uma oração, recebe o nome de oração subordinada substantiva completiva nominal.
  
 Exemplo:

- Temos confiança em que conseguiremos nosso intento.

A oração que conseguiremos nosso intento é oração subordinada substantiva completiva nominal, pois a preposição em não provém do verbo, mas sim do substantivo confiança.

 Adjunto adnominal

É o termo que se liga a um nome ou palavra substantivada para qualificá-lo ou determiná-lo. É expresso geralmente por um adjetivo, locução adjetiva, artigo, pronome ou numeral.

Exemplo:

Neste Natal, estimule a criatividade de seus alunos.
Predicativo
É o termo da oração que qualifica, classifica ou expressa um estado do núcleo do sujeito ou do núcleo do objeto.

Exemplo:
 Os torcedores saíram alegres. (predicativo do sujeito)

Os torcedores consideraram o jogo fraco. (predicativo do objeto)

Aposto

É o termo da oração que resume, explica ou especifica um nome.

Exemplo:
Graças ao pai da psicanálise, Sigmund Freud, a masturbação começou a ser entendida como um hábito saudável em qualquer idade, da infância à velhice.
O aposto geralmente vem marcado por algum tipo de pontuação: vírgula, travessão, parênteses ou dois-pontos.

Exemplo:

  Algumas frutas - duas ou três - foram escolhidas para a exposição.

Termos ligados ao verbo 

Existem alguns termos que se ligam aos verbos. São eles: 

Adjunto adverbial 
Agente da passiva
Objeto direto 
Objeto indireto 


Adjunto adverbial

É o termo da oração que se liga ao verbo, adjetivo ou advérbio para indicar uma circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade, negação, finalidade...).

Exemplos:

Na escola, fala-se muito pouco sobre o que as crianças pensam espontaneamente.
Circunstância de lugar. 

Depois de refletir, uma menina ergueu a mão. 
Circunstância de tempo.


Agente da passiva

É o termo da oração que se liga ao verbo para indicar o agente da ação verbal. Sempre vem precedido de preposição.

Exemplo:

O abaixo-assinado foi feito pelos alunos.

O agente da passiva só existe quando a oração estiver na voz passiva.

Objeto direto

É o termo da oração que completa o verbo transitivo direto (VTD) sem mediação de uma preposição.

 Exemplo:
A prática estimula a reflexão filosófica independentemente da leitura.

Objeto direto preposicionado:

O objeto direto preposicionado completa o sentido de um verbo transitivo direto (VTD), enquanto que um objeto indireto completa o sentido de um verbo transitivo indireto (VTI). Geralmente, é usado para solucionar casos de ambiguidade de oração ou por uma questão de estilo. 

Exemplo:

Amou a seu pai com a mais plena grandeza da alma.
amar (VTD); a seu pai (objeto direto preposicionado).

Objeto indireto

É o termo que completa o sentido de um verbo transitivo indireto (VTI) com mediação de uma preposição.

Exemplo:
 Na formatura, ele lembrou-se da faculdade.

Proposta de Ensino
Questão 1
Das alternativas que seguem apenas uma não se encontra corretamente analisada quanto à sua estrutura sintática. Identifique-a:
a – (     ) Os animais fugiram do zoológico. (adjunto adverbial de lugar)
b – (     ) Os animais do zoológico fugiram. (adjunto adnominal)
c – (     ) Os alunos deixaram o colégio entusiasmados. (adjunto adnominal)
d –(    ) A garota chegou em casa apressadamente. (adjunto adverbial de modo)
e – (      ) O pai eufórico socorreu a criança. (adjunto adnominal)
Resolução:

1)    Alternativa “c”.

Frases Complexas em Português:
Substantivas, Adverbiais e Adjetivas.

Introdução

No período composto, tem-se a combinação de duas ou mais orações, que pode ser feita através dos procedimentos sintáticos de coordenação (combinação) e subordinação (encaixamento). Na subordinação, as regras são de substituição, ao passo que, na coordenação, estas operações são de adição. Os conceitos puramente sintáticos de coordenação e subordinação vêm sendo questionados, considerando-se que, do ponto de vista semântico e pragmático, as frases de um período composto são necessariamente interdependentes.

Fundamentação Teórica

Período Composto

Quando uma declaração/enunciado contém duas ou mais orações, este enunciado é chamado de PERÍODO COMPOSTO.
Há dois tipos de período composto:

1. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
Como o nome já diz, um período composto por coordenação é formado por duas ou mais orações coordenadas, ou seja, que não possuem nenhum tipo de dependência uma das outras.
Exemplo:
Corram depressa e saiam pela direita!
Ele sabia a verdade, mas ela negou tudo.

2. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Este tipo de período é formado por uma oração principal que é complementada com uma ou mais orações subordinadas. Estas orações poderão exercer a função de sujeito, complemento nominal, adjunto adverbial, adjunto adnominal, etc., dentro da estrutura da oração principal.
Exemplo:
A polícia sabia que havia pessoas no prédio.
Quando eu voltar, farei o jantar.

Há também casos em que um mesmo período é composto por COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO.
Neste caso, o período possui dois tipos de relação: subordinação e coordenação. No caso abaixo, há uma oração principal, que possui duas orações subordinadas a ela, e estas duas orações são coordenadas entre si.

Observe:
É bom que ela venha amanhã e traga os livros.

Observe que a oração “que ela venha amanhã” não possui nenhum tipo de dependência com a oração “(que ela) traga os livros”. Contudo, ambas são subordinadas à oração principal, iniciada com “É bom que...”.

Há três tipos de orações subordinadas: As substantivas, as adjetivas e as adverbiais.

Orações Subordinadas Substantivas
São orações que exercem a mesma função que um substantivo, na estrutura sintática da frase.

Exemplo 1:
A menina quis um sorvete. (período simples)
A menina = sujeito;
Quis = verbo transitivo direto;
Um sorvete = objeto direto;

Temos duas posições na frase anterior em que podemos usar um substantivo: o sujeito (menina) e o objeto direto (sorvete). Nessas mesmas posições podem aparecer, em um período composto, orações subordinadas substantivas.
Dependendo de onde elas apareçam e da função que elas exerçam, poderemos classificar como Subjetiva (função de sujeito) ou como Objetiva direta (função de objeto direto).

Sendo assim, notamos que:
A menina quis que eu comprasse sorvete. (período composto)
A menina = sujeito;
Quis = verbo transitivo direto;
Que eu comprasse sorvete = Oração subordinada substantiva Objetiva direta.

E ainda em:
Quem me acompanhava quis um sorvete. (período composto)
Quem me acompanhava = oração subordinada subjetiva;
Quis = verbo transitivo direto;
Um sorvete = Objeto direto;

Além das posições de sujeito e objeto direto, as orações subordinadas substantivas podem exercer a função de um predicativo, de um objeto indireto, de um aposto e de um complemento nominal.

Portanto podemos ter oração subordinada substantiva de seis tipos:

1.    Subjetiva: ocupa a função de sujeito.

Exemplos:
- É preciso que o grupo melhore.
Verbo de Ligação + predicat. + O. S. S. Subjetiva
- É necessário que você compareça à reunião.
VL + predicat. O. S. S. Subjetiva
- Consta que esses homens foram presos anteriormente.
VI + O. S. S. Subjetiva
- Foi confirmado que o exame deu positivo.
Voz passiva O. S. S. Subjetiva

2.    Predicativa: ocupa a função do predicativo do sujeito.

Exemplos:
- A dúvida é se você virá.
Suj. + VL + O. S. S. Predicativa
- A verdade é que você não virá.
Suj. + VL + O. S. S. Predicativa

3. Objetiva Direta: ocupa a função do objeto direto. Completa o sentido de um Verbo Transitivo Direto.

Exemplos:
- Nós queremos que você fique.
Suj. + VTD + O. S. S. Obj. Direta
- Os alunos pediram que a prova fosse adiada.
Sujeito + VTD + O. S. S. Objetiva Direta

4.    Objetiva Indireta: ocupa a função do objeto indireto.

Exemplos:
- As crianças gostam (de) que esteja tudo tranquilo.
Sujeito + VTI + O. S. S. Objetiva Indireta
- A mulher precisa de que alguém a ajude.
Sujeito + VTI + O. S. S. Obj. Indireta


5.    Completiva Nominal: ocupa a função de um complemento nominal.

Exemplos:
- Tenho vontade de que aconteça algo inesperado.
Suj. + VTD + Obj. Dir. + O. S. S. Completiva Nominal
- Toda criança tem necessidade de que alguém a ame.
Sujeito + VTD + Obj. Dir. + O. S. S. Comp. Nom.

6.    Apositiva: ocupa a função de um aposto.

Exemplos:
- Toda a família tem a mesma expectativa: que eu passe no vestibular.
Sujeito + VTD + Objeto Direto + O. S. S. Apositiva

Orações Subordinadas Adjetivas

Orações adjetivas são aquelas orações que exercem a função de um adjetivo dentro da estrutura da oração principal. Elas são sempre iniciadas por um pronome relativo e servem para caracterizar algum nome que aparece na estrutura da frase. Há dois tipos de orações adjetivas: as restritivas e as explicativas.

O. S. Adjetivas Restritivas: funcionam como adjuntos adnominais e servem para designar algum elemento da frase. Não pode ser isolada por vírgulas, e restringe, identifica o substantivo  ou pronome ao qual se refere.
Exemplo:
- Você é um dos poucos alunos que eu conheço.
Suj. + VL + predicativo + O.S. Adjetiva Restritiva
- Eles são um dos casais que falaram conosco ontem.
Suj. + VL + predicativo + O.S. Adjetiva Restritiva
- Os idosos que gostam de dançar se divertiram muito.
Suj. + O.S. Adjetiva Restritiva + VI + adj. Adv.

O. S. Adjetivas Explicativas: ao contrário das restritivas, são quase sempre isoladas por vírgulas. Servem para adicionar características ao ser que designam. Sua função é explicar, e funciona estruturalmente como um aposto explicativo.
Exemplo:
- Meu tio, que era advogado, prestou serviços ao réu.
Sujeito + O.S. Adj. Explicat. + VTDI + OD + OI
- Eu, que não sou perfeito, já cometi alguns erros graves.
Suj. + O.S. Adj. Explicat. + VTD + OD
- Os idosos, que gostam de dançar, se divertiram muito.
Suj. + O.S. Adj. Explicat. + VI + Adj. Adv.

Orações Subordinadas Adverbiais
Existem nove tipos de orações subordinadas adverbiais. Esse tipo de oração age na frase como um advérbio, modificando o sentido de outras orações e ocupando a função de um adjunto adverbial.
As orações adverbiais são sempre iniciadas por uma conjunção subordinativa.
São elas:
Causal: designam a causa, o motivo.
Exemplo:
- Ela cantou porque ouviu sua banda favorita.

Comparativa: estabelece uma comparação com a oração principal.
Exemplo:
- Ela andava leve como uma borboleta.

Concessiva: se opõe às ideias expressas pela oração principal.
Exemplo:
- Embora a prova estivesse fácil, demorei bastante para terminar.

Condicional: expressa uma condição para que aconteça aquilo que a oração principal diz.
Exemplo:
- Caso você não estude, ficará muito ansioso para a prova.

Conformativa: expressam conformidade ou algum tipo de acordo com a oração principal.
Exemplo:
Como eu havia te falado, a prova não estava fácil.

Consecutiva: é a consequência da oração principal.
Exemplo:
- Comecei o dia tão mal que não consegui me concentrar no trabalho.

Final: indica finalidade, propósito para que aconteça a oração principal.
Exemplo:
- Não vou fechar os portões da biblioteca, para que você possa fazer sua pesquisa.

Proporcional: indica proporção.
Exemplo:
Quanto mais você fumar, mais grave ficará sua doença.

Temporal: localiza a oração principal em um determinado tempo.
Exemplo:
Quando você voltar nós conversaremos com calma.

Proposta de Ensino

De acordo com o referido modelo, transforme em período composto os períodos simples apresentados abaixo:

a – Acreditávamos realmente na sua colaboração durante a pesquisa.
Acreditávamos realmente que você colaborasse durante a pesquisa.

b – A família estava certa da chegada de Carlos para a comemoração.

c – O meu desejo era o comparecimento de todos à reunião.

d – Foi confirmada a sua participação na entrevista aos candidatos.

e – A solução mais viável é a desistência dos funcionários em permanecer com a greve.


Resolução

b – A família estava certa de que Carlos chegaria para a comemoração.

c – O meu desejo era que todos comparecessem à reunião.

d – Foi confirmado que você participou na entrevista aos candidatos.

e – A solução mais viável é que os funcionários desistam em permanecer com a greve.

Os relatórios foram elaborados como conclusão aos assuntos tratados em sala de aula.

Bibliografia

SAUTCHUK, Inez. Prática de Morfossintaxe. 2ª edição, Barueri, SP: Manole, 2010.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Nova Minigramática da Língua Portuguesa. 1ª edição, São Paulo, SP: Companhia Editora Nacional, 2004.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37ª. Edição, Rio de Janeiro, RJ: Editora Nova Fronteira, 2009.
Bibliografia Digital


























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